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DR. MARCIO MACÊDO

INCONTINÊNCIA URINÁRIA

A incontinência urinária é uma condição que afeta dramaticamente a qualidade de vida, comprometendo o bem-estar físico, emocional, psicológico e social. A incontinência urinária pode acometer indivíduos de todas as idades, de ambos os sexos e de todos os níveis sociais e econômicos.

Normalmente existe uma perfeita coordenação entre a bexiga e o esfíncter (músculo que funciona como uma válvula que fecha a uretra, impedindo a saída da urina). A maioria das pessoas possui completo controle sobre esse processo, permitindo o enchimento da bexiga entre 400 ml e 500 ml, sem que ocorram perdas urinárias. Na fase de enchimento, a bexiga está relaxada e o esfíncter contraído. Na fase de esvaziamento da bexiga, é necessária uma perfeita coordenação entre a contração do músculo da bexiga e o relaxamento do esfíncter. Esta coordenação é chamada de sinergismo vesicoesfincteriano.

 

Milhões de mulheres no Brasil e em todo o mundo sofrem deste problema que causa a perda involuntária de urina e pode interferir nas suas atividades e na sua qualidade de vida. Uma vez que a incontinência urinária é um sintoma, é importante informar ao médico quando ocorre. Uma avaliação bem feita pode determinar a causa da incontinência.

Estima-se que mais de 8 milhões de brasileiros tenham incontinência urinária, problema que pode acometer homens e mulheres de todas as idades, raças e níveis socioeconômicos. Entre as pessoas com idade superior a 60 anos, acredita-se que de 30 a 60% tenham incontinência. Mulheres são mais predispostas do que homens. Entre os idosos que vivem em casas de repouso pelo menos 50% apresentam incontinência urinária.

Diferentes doenças podem causar os sintomas. Algumas delas são transitórias e facilmente tratáveis, como infecções urinárias e vaginais, efeitos colaterais de medicamentos e constipação intestinal, mas outras causas podem ser duradouras ou permanentes.

A incontinência urinária de esforço, em particular, refere-se a perdas involuntárias de urina durante esforços físicos que aumentam a pressão da musculatura abdominal. Portanto, o paciente pode perder urina ao tossir ou espirrar, após dar risadas ou fazer exercícios físicos, ou até mesmo durante relações sexuais. Pode ser devida à fraqueza dos músculos pélvicos que dão suporte à bexiga ou à fraqueza ou lesão do esfíncter uretral.

 

Ocorre frequentemente em mulheres com fraqueza dos músculos do assoalho pélvico, podendo haver prolapso da bexiga, útero ou intestino "bexiga caída". É mais frequente em mulheres que tiveram partos vaginais, embora possa ocorrer também em mulheres que tiveram seus filhos por cesariana e até mesmo em mulheres que nunca tiveram filhos. Em homens, a incontinência de esforço é geralmente causada por cirurgias ou traumatismos da próstata e uretra.

O primeiro passo na investigação da incontinência urinária é procurar um médico e informá-lo sobre sua história médica e a forma como os sintomas afetam sua vida. Em caso de necessidade, poderão ser solicitados, entre outros, exames simples de urina, cistoscopia, estudo urodinâmico e ultrassom de rins e vias urinárias.

O tratamento varia desde a fisioterapia para fortalecimento da musculatura pélvica até a realização de cirurgias minimamente invasivas para correção do acometimento esfincteriano.

Nem sempre é possível prevenir o surgimento da incontinência urinária. No entanto, manter hábitos saudáveis durante a vida podem ajudar. Dessa forma, evitar o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas em excesso, praticar atividades físicas moderadas e que fortaleçam a musculatura pélvica, combater a obesidade e o sobrepeso são estratégias eficazes.

 

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